Festival Promessas: promessas de quê?
13/12/2011 Deixe um comentário
No último sábado, dia 10/12, aconteceu no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, o primeiro festival de música gospel promovido pela Rede Globo (isso mesmo: Rede Globo!). O evento contou com a participação de vários artistas do segmento conhecidos nacionalmente, como a banda Diante do Trono e as cantoras Fernanda Brum, Damares e Eyshila.
O festival foi exaustivamente propagandeado pela Globo, que transformará os seus melhores momentos em um especial de fim de ano. A Globo.com fez a cobertura do evento, disponibilizando pequenos trechos e depoimentos dos artistas. O Jornal Nacional também noticiou o festival em várias edições e, no dia em que ele ocorreu, fez um link ao vivo mostrando momentos do show:
Aparentemente um sucesso. Porém, o blog evangélico Genizah, bastante conhecido no meio, trouxe uma outra perspectiva do evento com o post Festival “Promessas” ficou na promessa e foi fracasso total de público. O autor, Danilo Fernandes, faz uma avaliação do evento e tenta explicar o porquê de artistas que costumam atrair multidões não terem conseguido repetir o êxito no tão alardeado festival. Um dos maiores motivos? A desconfiança.
Nas igrejas, o clima é exatamente este: de desconfiança. Afinal de contas, a Rede Globo sempre atacou os evangélicos e agora simplesmente resolve tentar uma ‘aproximação’. É óbvio que a Globo já entrou na briga pela audiência deste público e alguns motivos (talvez os principais) estão bem claros: conquistar um segmento que vem crescendo assustadoramente no país e que tem alto poder de consumo e desbancar a Rede Record, de propriedade do bispo Edir Macedo.
A briga pelos evangélicos entre os ‘titãs’ Globo e Record promete. Promete muita exposição, muito espetáculo e muita troca de farpas. O que vai sair desta briga provavelmente não será de grande proveito para os evangélicos em geral. Uma onda de ‘crentês’ sem profundidade teológica e doutrinária talvez esteja por vir. Mais espetáculos, mais estereótipos, mais teologia da prosperidade… e menos Jesus, que é o que realmente importa. Será que são essas as promessas do festival, que simbolizou um marco para o início da nova era – a da TV aberta gospel?
Como diriam na minha igreja, ‘crentes de todo o Brasil, vigiai’. A tão sonhada exposição midiática talvez esteja a caminho, mas será que vem da forma que tanto se desejou?